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Também disponível versão em papel

Um certo escritor, suburbano de gema e autor de histórias de amor melosas, que compunha para os leitores do seu prédio, descobriu em certa ocasião um artigo científico que o fascinou. O autor desse artigo, Clark G., deu a conhecer ao mundo, através desse seu texto, um mito, que ao contrário de todos os outros continua vivo e que tem um nome característico e glorioso: IC 19. Curiosamente, o nosso autor tinha também um vizinho, artista e suburbano, que era confesso admirador do IC 19, esse mito da modernidade. Leonardo, assim se chamava este artista, decidiu pintar a estrada da sua predileção, em quadro intemporal, colocando em primeiro plano a sua amada Mona que o tratava carinhosamente por «Leo». Compôs assim a sua magnum opus o que trouxe ainda mais felicidade ao casal, já de si bastante apaixonado… Nesta e noutras histórias de Sátiras relata-se os caminhos sinuosos da suburbanidade, que se contrapõem aos espaços verdejantes e às personagens do campo, tão genuínas como o Inácio, o stôr Guilherme ou o renovado Narciso. O que pode ser surpreendente (apenas para alguns) é que os espaços tensos da cidade geram, em contrapartida, obras de arte marcantes e verdadeiramente intemporais, ou gente culta como Francisco Pedro de Arca e Bobe Manuel.